Olá maltinha, espero que estejam bem. Sim, estou aqui a um domingo, e já venho tarde. Venho tarde porque vos venho falar da noite super mágica e especial que passei ontem na Casa da Música.

A noite passada tive o privilégio de assistir ao concerto do (desculpem a familiaridade) Marco Rodrigues, que trouxe o seu Copo Meio Cheio até à Casa da Música, no Porto. Fui como convidada da Universal Music Portugal, a quem desde já agradeço- eles só me deram os bilhetes e o direito a tirar fotos, não façam filmes - por esta oportunidade única e magica.
É verdade que eu já falei muito mais de música por aqui, e se calhar vocês não fazem a menor ideia do que eu oiço estes dias. O fado não é a minha primeira escolha, e contam-se numa mão os concertos dentro do estilo que vi na minha vida, mas não sei se é de mim ou dos artistas, cada vez mais consigo ver o encanto desta música que é só nossa. E o Copo Meio Cheio é um excelente exemplo de um disco que pode bem trazer o fado até mesmo ao coração daqueles que nunca se imaginariam a cantar em plenos pulmões neste género.

Eu confesso que tenho uma relação engraçada com a Casa da Música - eu adoro a fusão da decoração moderna e futurista com as salas pequenas e intimistas, mas não adoro a fachada. No entanto, sempre quis lá ir ver um espetáculo, e ontem à noite tudo se conjugou para construir um serão perfeito - até calor estava!
A Sala 2, onde o concerto se deu, é bem pequenina, das mais pequenas em que já estive. Tem uma disposição como se de um teatro se tratasse, e foi perfeita para este concerto, porque tudo se via, tudo se ouvia, e a interação acontecia com a naturalidade que não se consegue numa sala grande - não admira, portanto, que este tenha sido dos concertos mais vibrantes e interativos em que eu alguma vez estive.

Mas vamos então falar do Marco (mais uma vez, peço desculpa pela intimidade, mas bem, ontem ficamos todos muito próximos). Eu confesso que, tirando o dito Copo Meio Cheio, que se ouve um pouco aqui, ali e em todo o lado, apenas lhe conhecia bem o tom de voz e o sorriso com que se mostra em quase todas as fotos que vi dele.
Fiquei assim, não sei exatamente porquê, um pouco surpreendida quando o vejo apresentar-se de calças de ganga e sapatilhas. Mas tudo fez sentido, porque este não era um concerto de fado para "chorar baba e ranho". Aqui o fado era alegre, corrido, tinha piadas pelo meio, público a bater palmas....e muitas surpresas, que começam quando ele entra pela plateia a cantar e acabam quando saímos da sala e ele está à nossa espera com uma última música.

Como o próprio nome indicava, este concerto focou-se no Copo Meio Cheio, mas não só. No início, em jeito mais sério e intimista, tivemos direito a alguns temas mais tradicionais, daqueles que todos nós reconhecemos, mesmo quando não somos os maiores especialistas neste género musical que é Património Imaterial da Humanidade.
Nessas canções - mas não só - deu para perceber o excelente aparelho vocal do Marco e a mestria com que domina a guitarra. Infelizmente, também foi a secção mais difícil de fotografar, por causa do palco simples e da luz baixa.

Já no palco do Copo Meio Cheio, que eu adorei, com as suas letras iluminadas ora em azul ora em vermelho sobre o fundo, vimos o Marco cantar, contar histórias, fazer piadas, e interagir com o publico, respondendo a comentários, incentivando as palmas e até puxando um falsete que me deixou completamente surpreendida.
Aqui houve "Fado do Cobarde", "Copo Meio Cheio", "Vapores" e outros temas que misturam letras contemporâneas de artistas como os ÀToa, o Boss AC e o Carlão com sons que são do fado mas também da alegria e que pertencem à vida moderna (até de um pai babado, que nos derreteu e divertiu a todos no final com uma dedicatória ao seu menino)

Mas claro que o momento mais alto - a dobrar - foi mesmo "O Tempo", que contou com o seu autor em palco, o Diogo Piçarra. Eu devo dizer que o Piçarra devia dedicar-se ao fado, porque não canta nada mal e, sem querer desfazer do resto da carreira dele, esta é provavelmente a música mais bonita que ele já escreveu - na minha humilde opinião, claro.
Foi lindo com o Piçarra, foi lindo no encore só com o Marco, foi lindo com o público a cantar em coro...não é por acaso que esta canção tem milhões de visualizações no YouTube (podem ver um clipe deste momento no meu Instagram).

O que é que se diz depois disto? O copo pode estar meio cheio, mas a alma ficou a abarrotar. Não estive um minuto parada ou aborrecida durante todo o concerto, e soltei até umas boas gargalhadas com o sr. Marco (agora vieram as boas maneiras) e a sua trupe, que não só é composta de músicos talentosissímos mas também contribuiu imenso para a boa disposição durante o serão.
E apesar de ser a estrela, o Marco foi generoso não só ao partilhar o palco com o Diogo Piçarra e cantar um tema dele, mas também ao dar momentos de destaque aos seus músicos, particularmente o Ricardo Silva (nunca mais me esqueço do nome) que aparentemente é novato na guitarra portuguesa-

Foi uma noite única e mágica, não me canso de repetir, e eu diverti-me imenso. algo que se calhar não teria imaginado há uns anos atrás.
Resta-me agradecer ao Marco Rodrigues e aos seus músicos por este serão, à Casa da Música por trazer este espetáculo até nós e à Universal por me levar até lá.
Alguma vez estiveram num concerto de fado? Apreciam?
xoxo

Marco Rodrigues - Casa da Música
A noite passada tive o privilégio de assistir ao concerto do (desculpem a familiaridade) Marco Rodrigues, que trouxe o seu Copo Meio Cheio até à Casa da Música, no Porto. Fui como convidada da Universal Music Portugal, a quem desde já agradeço
É verdade que eu já falei muito mais de música por aqui, e se calhar vocês não fazem a menor ideia do que eu oiço estes dias. O fado não é a minha primeira escolha, e contam-se numa mão os concertos dentro do estilo que vi na minha vida, mas não sei se é de mim ou dos artistas, cada vez mais consigo ver o encanto desta música que é só nossa. E o Copo Meio Cheio é um excelente exemplo de um disco que pode bem trazer o fado até mesmo ao coração daqueles que nunca se imaginariam a cantar em plenos pulmões neste género.

Marco Rodrigues - Copo Meio Cheio - Porto
Eu confesso que tenho uma relação engraçada com a Casa da Música - eu adoro a fusão da decoração moderna e futurista com as salas pequenas e intimistas, mas não adoro a fachada. No entanto, sempre quis lá ir ver um espetáculo, e ontem à noite tudo se conjugou para construir um serão perfeito - até calor estava!
A Sala 2, onde o concerto se deu, é bem pequenina, das mais pequenas em que já estive. Tem uma disposição como se de um teatro se tratasse, e foi perfeita para este concerto, porque tudo se via, tudo se ouvia, e a interação acontecia com a naturalidade que não se consegue numa sala grande - não admira, portanto, que este tenha sido dos concertos mais vibrantes e interativos em que eu alguma vez estive.

Marco Rodrigues
Mas vamos então falar do Marco (mais uma vez, peço desculpa pela intimidade, mas bem, ontem ficamos todos muito próximos). Eu confesso que, tirando o dito Copo Meio Cheio, que se ouve um pouco aqui, ali e em todo o lado, apenas lhe conhecia bem o tom de voz e o sorriso com que se mostra em quase todas as fotos que vi dele.
Fiquei assim, não sei exatamente porquê, um pouco surpreendida quando o vejo apresentar-se de calças de ganga e sapatilhas. Mas tudo fez sentido, porque este não era um concerto de fado para "chorar baba e ranho". Aqui o fado era alegre, corrido, tinha piadas pelo meio, público a bater palmas....e muitas surpresas, que começam quando ele entra pela plateia a cantar e acabam quando saímos da sala e ele está à nossa espera com uma última música.

Como o próprio nome indicava, este concerto focou-se no Copo Meio Cheio, mas não só. No início, em jeito mais sério e intimista, tivemos direito a alguns temas mais tradicionais, daqueles que todos nós reconhecemos, mesmo quando não somos os maiores especialistas neste género musical que é Património Imaterial da Humanidade.
Nessas canções - mas não só - deu para perceber o excelente aparelho vocal do Marco e a mestria com que domina a guitarra. Infelizmente, também foi a secção mais difícil de fotografar, por causa do palco simples e da luz baixa.

Copo Meio Cheio
Já no palco do Copo Meio Cheio, que eu adorei, com as suas letras iluminadas ora em azul ora em vermelho sobre o fundo, vimos o Marco cantar, contar histórias, fazer piadas, e interagir com o publico, respondendo a comentários, incentivando as palmas e até puxando um falsete que me deixou completamente surpreendida.
Aqui houve "Fado do Cobarde", "Copo Meio Cheio", "Vapores" e outros temas que misturam letras contemporâneas de artistas como os ÀToa, o Boss AC e o Carlão com sons que são do fado mas também da alegria e que pertencem à vida moderna (até de um pai babado, que nos derreteu e divertiu a todos no final com uma dedicatória ao seu menino)

Marco Rodrigues e Diogo Piçarra
Mas claro que o momento mais alto - a dobrar - foi mesmo "O Tempo", que contou com o seu autor em palco, o Diogo Piçarra. Eu devo dizer que o Piçarra devia dedicar-se ao fado, porque não canta nada mal e, sem querer desfazer do resto da carreira dele, esta é provavelmente a música mais bonita que ele já escreveu - na minha humilde opinião, claro.
Foi lindo com o Piçarra, foi lindo no encore só com o Marco, foi lindo com o público a cantar em coro...não é por acaso que esta canção tem milhões de visualizações no YouTube (podem ver um clipe deste momento no meu Instagram).

O que é que se diz depois disto? O copo pode estar meio cheio, mas a alma ficou a abarrotar. Não estive um minuto parada ou aborrecida durante todo o concerto, e soltei até umas boas gargalhadas com o sr. Marco (agora vieram as boas maneiras) e a sua trupe, que não só é composta de músicos talentosissímos mas também contribuiu imenso para a boa disposição durante o serão.
E apesar de ser a estrela, o Marco foi generoso não só ao partilhar o palco com o Diogo Piçarra e cantar um tema dele, mas também ao dar momentos de destaque aos seus músicos, particularmente o Ricardo Silva (nunca mais me esqueço do nome) que aparentemente é novato na guitarra portuguesa-

Foi uma noite única e mágica, não me canso de repetir, e eu diverti-me imenso. algo que se calhar não teria imaginado há uns anos atrás.
Resta-me agradecer ao Marco Rodrigues e aos seus músicos por este serão, à Casa da Música por trazer este espetáculo até nós e à Universal por me levar até lá.
Alguma vez estiveram num concerto de fado? Apreciam?
xoxo